quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Feliz Natal

Embora seja nossa convicção que o Natal não é a data do nascimento de Jesus, como já anteriormente aqui comentamos, achamos que é da maior importância a existência de uma data em que se celebra a família e a fraternidade entre todos os seres humanos.

Sentimos alguma melancolia quando, conscientemente, as pessoas dizem que Natal devia ser todos os dias ou que Natal é quando um homem quiser...
Pois apesar da consciência que temos, que deviamos todos ser um pouco melhores, esquecemo-nos de tal com muita facilidade.
E deixamos que prevaleçam as lutas e disputas, cuja única regra é ultrapassar os outros a qualquer preço; seja no emprego, no transito, com aos amigos, e por aí fora...
Muitos vão à missa ao fim de semana numa tentativa de tranquilizar a sua consciência e com o passar dos anos a frequência das idas à igreja (seja ela qual for) aumenta... É um dos sintomas do sentirmos o fim a chegar...
Mas de facto é ao longo de toda a vida que nós "pontuamos", no campeonato do "livro da vida" e garantimos ou não o direito a uma "vida eterna" que nos foi prometida...

Vamos procurar manter a magia desta época do ano por mais tempo dentro de nós e fazer de facto um pequeno esforço para que 2009 seja um ano de mudança.
Esse 2009 que se avizinha difícil para muitos de nós, mas que com fé e determinação será somente um virar de página... Ou nós não acreditassemos em Deus e na sua ajuda!

Um Feliz Natal sem excessos mas com o suficiente, são os nossos votos.
Um abraço.

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

sábado, 8 de novembro de 2008

A minha querida cidade!

Decidi ir dar uma volta até ao Porto...
Sim porque eu não vivo no Porto, mas também não vivo longe e a cidade do Porto continua sempre no meu coração e no meu pensamento esteja eu onde estiver...
É um sentimento normal que qualquer pessoa tem em relação à sua terra natal e esta cidade viu-me nascer e crescer...
Foi nesta cidade que vivi as primeiras alegrias da minha vida.
No entanto, foi na cidade onde agora moro que tive a maior alegria da minha vida, o nascimento do meu filho.
E foi com o meu filho (também o meu maior amigo) e com a minha companheira que fomos até à Invicta matar saudades e sentir a pulsação de uma cidade que não sendo muito grande é, sem dúvida, uma Grande Cidade (mesmo uma das maiores do mundo). Uma cidade cheia de história e de personalidade, onde o moderno e antigo se misturam. Uma terra das primeiras de Portugal, onde o país também se apoiou para as expedições marítimas e no norte de África...
Enfim, quando se começa falar da "Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto" o difícil é parar, por isso termino com o facto mais evidente e inquestionavel; o Porto foi a cidade que deu o nome a Portucal.
Mas não vejam esta afirmação com bairrista, porque também acredito que a riqueza de um país está na variedade das suas regiões e das suas culturas e Portugal, económicamente um país pobre, é em termos culturais um país rico.
Viva Portugal.

Aqui ficam algumas imagens, que nos cativaram, do dia que passeamos na Invicta.



Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

domingo, 7 de setembro de 2008

Parque do Fontelo

Durante as nossas férias deste ano, aproveitamos para continuar com as excursões a cidades e vilas portuguesas.
Demos prioridade a conhecer as paisagens portuguesas e em alguns casos, a constatar a evolução que algumas terras que já conheciamos, sofreram.

Viseu uma cidade muito importante pelo seu património histório, nomeadamente a sua Sé e o seu Museu Grão Vasco, é uma cidade que sofreu acentuadas alterações.
Mas essas alterações foram feitas de uma forma sábia...
A parte antiga da cidade foi preservada e a parte nova foi urbanizada de uma forma verdadeiramente moderna, com largas avenidas e com grandes angulos de luz.
Por isso, só temos que dar os parabéns aos políticos que gerem a região.
Um dos pontos fortes da cidade é o Parque do Fontelo, também ele preservado, cuidado e ao serviço da comunidade. Quem quiser fazer desporto tem, não só caminhos para correr num ambiente saudavel, mas também alguns pontos para exercícios específcicos com barreiras, barras e outros acessórios.
Numa tarde de muito calor de Agosto aproveitamos para passear pelo fresco do parque, respirar o ar puro, deliciarmo-nos com a beleza que o arvoredo e a vegetação nos proporciona e relaxarmos do stress do dia a dia...

Tiramos mais de 100 fotografias e seleccionamos 22 do Parque do Fontelo, que aqui deixamos com a recomendação para visitarem a cidade de Viseu e em particular o seu parque natural.
Acreditem que vale a pena...

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Uma vila portuguesa...

Há muitas certamente... Cada uma com as suas características ímpares; com a sua beleza natural.
Oliveira de Frades é uma Vila que fica numa região que, já aqui mencionamos, muito nos agrada pela suas paisagens naturais e pela tranquilidade que caracteriza aquela zona.

Desta vez fomos até ao centro da Vila e aproveitamos para, numa tarde de sol escaldante, descansarmos no jardim situado no centro e junto à N16.
Como sempre, os momentos que por lá andamos foram registados pelo Tiago e aqui vos deixamos algumas imagens que mostram o que por lá encontramos.Terminamos confessando a nossa paixão por aquela região e a vontade cada vez maior de ali fixarmos residência.

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Jardim na Marinha Grande

As férias aproximam-se e todos esperam, por vezes com alguma ansiedade, pelo momento de descontração e em alguns casos, de "mudança de ares".
Há quem apanhe o avião e por esse mundo fora procure beleza e divertimento, mas quando os recursos não são muitos, ou a economia é uma prioridade, procuram-se no nosso país locais interessantes e que preencham os requisitos desta época do ano.

De facto a beleza abunda em Portugal. Não precisamos de, neste aspecto, nos sentirmos inferiorizados em relação ao resto do mundo. De norte a sul, passando pelas ilhas, encontramos cenários simples e bonitos aos quais não podemos ficar indiferentes.

Numa das nossas "escapadelas" fomos até à Marinha Grande. Uma terra marcada pela industria e pelas dificuldades que o nosso país atravessa. Mas que apesar de tudo se tem desenvolvido e que presenteia os visitantes com um espectacular jardim no centro da cidade, criado com sabedoria e que nos permite desfrutar de uma área de lazer, relaxamento, descanso... Tudo num ambiente natural, numa mistura de verde, flores, patos e lagos.

Como habitualmente aqui ficam algumas imagens captadas pelo Tiago, para vos aguçar o apetite de visitarem mais esta bonita localidade portuguesa.

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

sábado, 5 de julho de 2008

Flores

Quantas vezes buscamos a perfeição sem a encontrar... Depois desistimos e dizemos fácilmente que somos humanos e como tal não somos perfeitos.


Os seres humanos e tudo o que é natural e os rodeia são criações de Deus. Todos nós assumimos que Deus, seja qual for a ideia que dele fazemos, é um ser perfeito e como tal, as suas criações tiveram uma origem perfeita e todas elas fazem parte de um universo criado de forma bela e equilibrada...


Voltando ao início, a perfeição, o equilibrio e a beleza rodeia-nos... Muitas vezes dizemos: "Ai que bonito!", mas não paramos para dar o devido valor às criações que Deus colocou à nossa volta. Raramente nos lembramos de agradecer a Deus a beleza que sensibiliza os nossos sentidos e nos alivia os "stresses".


Hoje andei a apreciar a beleza das flores e a dar graças a Deus por ter colocado estas pequenas maravilhas a embelezarem a minha casa e a permitirem que a minha vista se delicie com a sua cor, o seu detalhe, a sua harmonia...

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

domingo, 25 de maio de 2008

Vale do Vouga...

Stress é uma palavra vulgar, hoje em dia, no vocabulário de quem trabalha. A vida desenrola-se a um ritmo alucinante e os problemas que surgem no dia a dia levam-nos a estados de espírito, por vezes, complicados.

O fim de semana assume assim um papel importante no relaxamento, no descanso e na recuperação das forças físicas e psíquicas.

Voltei ao Vale do Vouga, para "oxigenar" os pulmões e deixar a minha mente vaguear por aquelas paisagens e por aquelas serras! Dei por mim com uma vontade enorme de mudar a minha residência para o interior, para aquelas bandas onde ainda se ouvem os pássaros a cantar e onde a nossa vista se delicia com as paisagens naturais, que nos fazem sentir parte da criação deste planeta... Onde o ritmo da vida é o da natureza...

Como era bom se assim pudessemos viver... Em harmonia com o ritmo da natureza!

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida





domingo, 4 de maio de 2008

Beleza que não muda...

Ontem fui dar uma volta pelo vale do Vouga...

Não tenho palavras capazes de descrever a beleza das paisagens daquela estrada que liga Pessegueiro do Vouga a S. Pedro do Sul...

Relembrei tempos passados em que uma visita à terra natal do meu pai, implicava fazer todo esse percurso... Na estrada nacional nº1 era sempre a andar, depois em Albergaria apanhavamos a N16 e a partir de Pessegueiro do Vouga iniciava aquela parte da viagem que, apesar de mais lenta, era a mais agradavel... Pelo caminho paravamos em fontes, respiravamos o ar puro, deliciavamo-nos com as paisagens. Havia sempre uma pausa para um café, por vezes em Ribeiradio, outras em Pinheiro de Lafões...

Ontem, na companhia da família, só fomos de Pessegueiro do Vouga a Oliveira de Frades, mas deu para recordar esses tempos, rever as paisagens e mostrá-las ao meu filho... Não sei que mais vos diga, mas a beleza daquela estrada não mudou e a verdura dos fetos e da restante vegetação que ladeia a estrada, em determinados sítios, cria autênticos tuneis de verdura... Que bonito!... De facto, nada melhor do que as imagens que o Tiago conseguiu, para servirem de "aperitivo" a uma visita mais demorada que desde já aconselho... É que, de certeza, eu vou voltar lá brevemente!

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

sábado, 19 de abril de 2008

O culto da gravata...

Já trouxemos a este blog temas religiosos, mas sempre inspirados no Cristianismo. Nunca aqui falamos de outros cultos, mas todos sabemos que há países onde se adoram animais, outros onde se presta culto aos astros e ainda a outros símbolos...

Ainda não está devidamente organizado, nem tão pouco legalizado, mas nos últimos anos em Ovar há um culto novo, que se tem vindo a afirmar... Trata-se do culto da gravata...

Quem diria que passados mais de 30 anos sobre a data da revolução que pugnou pela liberdade de expressão e pela igualdade de direitos, um dos símbolos de "status", obrigatórios no antigo regime, viria a ter em Ovar (e arredores), um culto tão relevante.

Em Ovar e arredores se se quiser ser bem atendido numa loja, é imprescíndivel o uso da gravata. Se se pretender um atendimento correcto nas estações dos Correios, só se consegue se se usar gravata. Até nas instituições bancárias, a forma mais ou menos atenciosa como somos atendidos, tem a ver com o uso da gravata...

Não estou a especular. Quase todos os anos, durante as minhas férias faço questão de visitar uma das agências daquele que é o maior banco privado portugês... Exactamente, esse que optou por um nome com letras repetidas e que graças às suas últimas gestões andou nos noticiários dias a fio... Mas voltemos ao assunto, se eu for vestido desportivamente e com a barba por fazer, sou tratado quase como se tivesse lepra e a despachar... Lá acabam por me atender, quanto mais não seja para me verem sair porta fora. Um dia houve em que eu saí, cheguei a casa, fiz a barba, vesti uma das minhas melhores camisas e coloquei uma gravata de seda natural. Voltei lá e de tal modo me atenderam que até senti relutância quando me cumprimentaram... Cheguei a ter a sensação que me iam beijar as mãos... Trataram-me por senhor doutor e convidaram-me a entrar para ser atendido mais em privado... Enfim...

Na altura pensei como era lamentavel as pessoas venderem-se às aparências, hoje compreendo e acredito que se tratou de um mero culto religioso. Não era a mim que bajulavam, mas à minha gravata... Hoje sei que afinal eles são adoradores de gravatas e seguidores do culto da gravata. E como os adoradores deste culto não são fácilmente identificaveis, por uma questão de segurança, em Ovar, eu passei a andar de gravata, não vá eles virem para as ruas ou mesmo tornarem-se violentos com quem não usa gravata...

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida
Publicado pelo «Ovar News» com referência a este blog

domingo, 16 de março de 2008

A Páscoa e as suas origens.

“E certamente virá a haver um grande clamor em toda a terra do Egipto, tal como ainda nunca ocorreu, e como nunca mais ocorrerá.” (Êxodo 11:6)Depois do Faraó não aceitar de livre vontade a libertação do povo Israelita, Deus enviou várias pragas sobre o Egipto e só após a última e a mais dura (a 10ª) , o Faraó Merneptah, filho de Ramsés II, se decidiu por deixar sair o povo Israelita.

Qual foi essa última praga?
“...e terá de morrer todo o primogénito na terra do Egipto, desde o primogénito do Faraó que está sentado no seu trono, até o primogénito da serva que está junto ao moinho manual e todo o primogénito de animal.” (Êxodo 11:5)
Mas estando os Israelitas no Egipto, como é que a praga os não atingiria também a eles?

A época era (aproximadamente) entre 1212-1204 a.C. (Merneptah).
Havia nessa altura duas celebrações primaveris:
O sacrifício ritual de um animal para afastar o mal do lar e que pode ter estado relacionado com a migração de pastores nómadas para as pastagens de Verão.
O Pão Ázimo que era mais característico de uma população fixa. Era uma celebração comunal no início da colheita da cevada, o primeiro cereal a ser colhido.

Deus mandou os Israelitas matar um cordeiro ou cabrito de um ano e sem defeito, que comeriam assado no fogo e com pão ázimo, com as suas famílias, na totalidade, na noite prevista para a passagem do anjo da morte; e com o sangue do animal deveriam marcar as suas portas, para que essas casas e respectivas famílias não fossem atingidas à passagem do referido anjo da morte. Assim ficou instituida por Deus a celebração da Páscoa.
“E tereis de guardar esta observância como regulamento para ti e para teus filhos por tempo indefinido.” (Êxodo 12:24)
Nos tempos de Jesus, chegada a altura da Páscoa:
“Ele disse: Ide à cidade ter com certo homem e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu tempo está próximo. Em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus discípulos.” (Mateus 26:18)
Isto aconteceu a 14 de Nisã do calendário Lunar, do ano 33 da Era Comum.
Ainda hoje é possível determinar a equivalência desta data.
Em 2008 o dia 14 de Nisã do calendário Lunar começa após o pôr do Sol de sábado dia 22 de Março do nosso calendário, sendo portanto nesse dia que se deverá celebrar a última ceia e não na quinta-feira dia 20 de Março.

Recordemos alguns pormenores da celebração dessa Páscoa (ano 33 E.C.):

Jesus dá diversas lições aos seus apóstolos, sendo a primeira, a humildade. Ele próprio lhes lava os pés. Ele afirma que o maior no meio deles é o que serve e não o que é servido.
Depois ele assume que as escrituras se cumprirão sempre, independentemente da vontade dos homens e diz para quem o vai trair, que o faça.

Ele próprio faz o novo pacto, ou seja, por aqueles que cumprirem as leis de Deus e seguirem as instruções que ele deixa (deixou), ele assume a posição do cordeiro e com o seu sangue vence por eles a praga da morte. E deixa um último mandamento:
"E, tomando o päo, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. " (Lucas 22:19)

Hoje em dia, diferentes igrejas optam por interpretações com pequenas divergências, mas há unanimidade quando se observa a repetição da Páscoa de Jesus (a última ceia).

Mas, seja qual for a nossa opção já pensaram, por exemplo, que:

A Igreja Católica Apostólica Romana celebra essa última ceia de Jesus na Páscoa de 33 EC, todos os dias e cada vez que acontece a celebração da missa.

O mesmo se passa semanalmente com a Igreja Evangélica ou Protestante.

Também as Testemunhas de Jeová o fazem anualmente, na data equivalente ao 14 de Nisã, após o pôr do sol.

A ressurreição é igualmente cultivada por todas as religiões Cristãs.
É a esperança que Jesus deixa clara ao vencer a morte. É a concretização da primeira profecia bíblica quando Deus promete retomar o seu propósito para com os seres humanos e vencer o mal. Recordemos:
“E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e o seu descendente; este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gênesis 3:15)
E se todos os dias deveriam ser Natal, porque não dizermos que todos os dias deviam ser Páscoa?

Será que esta questão não faz sentido?

Nas Escrituras Sagradas não há qualquer referência à celebração do Natal. A data do nascimento de Jesus não está determinada. Todos sabemos que 25 de Dezembro era uma data de uma celebração pagã. A celebração do Natal nessa data foi um mero oportunismo.

Em relação à celebração da Páscoa, acreditamos ou não na Biblia como sendo a Palavra de Deus? Acreditamos ou não na protecção de Deus ao seu povo? Acreditamos ou não na ressurreição de Jesus? E na nossa ressurreição?

Bibliografia:
Biblia Sagrada – versão com complementos – Frades Missionários Capuchinhos
Biblia Sagrada – versão contemporânea – João Ferreia de Almeida
Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas – Sociedade da Torre de Vigia
Guia Ilustrado da Biblia – J. R. Porter


Escrito no dia em que me solicitaram uma palestra sobre a Páscoa e suas origens.

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Emoções e meditaxões...

A semana passada foi particularmente dura, quer em termos de trabalho quer em termos emocionais e só hoje encontramos motivo para voltar a escrever...
Empenhamo-nos em lutas e disputas, pomos em primeiro lugar as nossas ambições materiais e esquecemos frequentemente os nossos sonhos. Fácilmente abordamos os outros para impor as nossas opiniões e raramente para os escutar e para lhes dizer o valor que têm...
Um dia chega, em que vemos os outros "voltarem ao pó" porque de facto "somos pó".
Então meditamos sobre as nossas prioridades, sobre o nosso presente e futuro. Sentimos a nossa insignificância neste mundo e quão curta é a passagem por cá. Não evitamos que a nossa visão se turve com as lágrimas que pretendem saltar cá para fora, mas que uma vez mais, por orgulho, reprimimos...
Temos vontade de tudo mudar... De não reprimir os sentimentos... De dizermos áquela pesssoa o quão importante para nós é o seu sorriso sincero e que o mais importante é a concretização dos nossos sonhos...
Mas rápidamente sentimos o espartilho da sociedade. Os padrões dos quais não nos podemos afastar, com risco de sermos considerados anormais ou até malucos. E vencem os "preconceitos" que os nossos antepassados criaram e que nos foram transmitidos de geração em geração...
O nosso comportamento volta ao princípio. Mantemos a imagem exterior fria e distante. Engolimos os sentimentos, por muito que nos custe. Refugiamo-nos no sonho e vivemos só na nossa mente... Sim, porque aí, os riscos que corremos ficam só connosco e ninguém nos limita ou critica. Aí somos donos e senhores de um mundo, que para nós, é verdadeiramente livre e perfeito... O mundo do sonho, onde tudo é possível !

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

sábado, 26 de janeiro de 2008

Viagem por alguns livros que me marcaram...

Além de gostar de escrever também gosto muito de ler.

As minhas memórias recuam a quando tinha cerca de 16 anos e um dia, descobri em "A Cidade e
as Serras" de Eça de Queirós, o poder que uma narração detalhada e por vezes fantasiada pode ter na nossa imaginação, levando-nos a conhecer terras que ainda não visitamos, a sentir os odores da natureza distante e sabores gastronómicos com os quais ainda não contactamos.

Com Soeiro Pereira Gomes, nos "Esteiros" primeiro e na "Engrenagem" depois, aprendi a sentir que para além das nossas amarguras há sempre alguém em situação ainda mais difícil e a sofrer mais.

Seguiu-se José Mauro de Vasconcelos com "O meu pé de laranja-lima" e novamente o sofrimento de uma criança amenizado pela bondade de um adulto solitário. (Como foi difícil para mim ler aquela pequena passagem da noite de Natal...)

Muitos outros livros se seguiram, muitos outros escritores com as mais variadas histórias. No iníco preferindo os portugueses da primeira metade do século XX e depois passando por alguns clássicos internacionais.

Estaria aqui o tempo todo a relatar livros que me marcaram, mas se calhar elegiria Eça como o escritor que mais me marcou e "O crime do Padre Amaro" e "A Relíquia", dois livros com os 
quais me identifiquei e nos quais encontrei semelhanças com algo porque passei. Por isso não podia deixar de os mencionar.

Ainda bem cedo, comecei a ler o livro mais lido no mundo, a "Bíblia Sagrada". O Novo Testamento e a sua mensagem de amor e confiança, de esperança e justiça, foi lido e relido e ainda hoje, cada vez que o abro e leio algumas passagens, descubro algo novo. O Antigo Testamento é mais técnico, por vezes mais relatador de acontecimentos passados, mas tem os Salmos, os Provérbios, o Eclesiastes e outros que nos alimentam e ajudam tantas vezes, principalmente quando os 
problemas desta vida terrena nos afligem. Enfim, a "Bíblia" é para mim, além de tudo, um livro onde existe sempre à nossa espera, uma mensagem de ajuda...

Mas não se fiquem pela leitura, sintam o frio da neve ou o calor equatorial das narrações, apurem os sentidos, sintam os cheiros da natureza e deliciem-se com as paisagens descritas. Libertem a imaginação e entrem nas histórias...

Nas fotos a minha modesta biblioteca.

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

sábado, 12 de janeiro de 2008

Noite de Inverno

Está Inverno, algum frio, muita humidade no ar e alguma chuva...
Não apetece sair de casa. É mais agradável ficar por cá com as lareiras acessas, a televisão com o som baixinho e o rádio de comunicações ligado. Fala-se com os colegas que andam na rua e com aqueles que como nós preferem operar em base. Acede-se ao Echo-link e ouvem-se os Estados Unidos e o Canadá...

De repente lá fora a chuva volta e ouvem-se gotas de água a bater nos vidros das janelas. De vez em quando ouve-se o vento assobiar. Saboreamos o conforto e a temperatura amena do interior da casa. Bebem-se uns golos de um chá natural, quentinho e com muito açúcar...

Dá-se asas à imaginação e em vez de uma casa no meio da cidade, imaginamo-nos numa casa de pedra, no alto de uma serra... Interrogamo-nos se lá fora não estará a nevar.
Olhamos para o lado, para o monte da lenha e sorrimos; temos lenha suficiente para enfrentar a noite agreste que aí vem. Apesar do rádio estar agora silencioso, imaginamos alguém a informar-nos que os acessos à montanha estão bloqueados devido à intempérie. Rodamos o botão de sintonia e estacionamos na frequência amadora usada para colaboração com a Protecção Civil. Aconchegamos o cobertor que nos cobre as pernas e bebemos mais um pouco de chá...

O Tiago veio dar as boas noites e foi agora para a cama. Vai filho dorme bem. Pensa no conforto que temos dentro de casa e no frio que está lá fora. Não te esqueças de fazer as tuas orações e agradecer a Deus tudo o que nos dá... Que eu vou agradecer também estes momentos de sonho com os olhos abertos. Como é bom dar asas à imaginação e sonhar confortávelmente numa noite de Inverno...

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida