De facto hoje estou com um dilema, não sei que chamar aos meus dois cães, ou melhor à minha cadela e ao meu cão... Como se costuma dizer, só lhes falta falar e se falassem, certamente dir-me-iam para lhes chamar tudo menos "seres humanos". Vocês perguntam-se porquê?
Os cães são animais que ficam amigos incondicionais de quem lhes faz bem.
Se hoje lhes damos um pedaço de pão, eles não esquecem e amanhã não nos mordem a mão.
Sabem exprimir a sua alegria, quando nos veem chegar, de uma forma sincera e efusiva.
Ficam tristes se nos veem doentes ou apreensivos.
Não abandonam os seus donos com a facilidade com que estes, por vezes, os abandonam a eles.
Se calhar estaria aqui a noite inteira a escrever atitudes que os seres humanos têm para com os seus semelhantes, por vezes para com os seus amigos e frequentemente para com os animais que supostamente deviam ser de estimação e que os cães não têm para com ninguém.
Por tudo isso se um dia me quiserem chamar um nome amigavel, podem chamar-me cão que eu fico contente. Não me comparem é com certas pessoas, que isso sim ofender-me-ia e muito.
Já agora, leiam "Cão como nós" de Manuel Alegre e de certo entenderão melhor estas minhas palavras.
Para já aqui ficam também as fotos dos meus amigos Lala (em cima) e Snoopy (ao lado; o gadelhas como lhe chamamos a brincar e ele não se zanga), dois animais abandonados à porta de nossa casa e que agora fazem parte da família.
As fotos desta menxagem foram tiradas pelo Tiago.
Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida