A semana passada foi particularmente dura, quer em termos de trabalho quer em termos emocionais e só hoje encontramos motivo para voltar a escrever...
Empenhamo-nos em lutas e disputas, pomos em primeiro lugar as nossas ambições materiais e esquecemos frequentemente os nossos sonhos. Fácilmente abordamos os outros para impor as nossas opiniões e raramente para os escutar e para lhes dizer o valor que têm...
Um dia chega, em que vemos os outros "voltarem ao pó" porque de facto "somos pó".
Então meditamos sobre as nossas prioridades, sobre o nosso presente e futuro. Sentimos a nossa insignificância neste mundo e quão curta é a passagem por cá. Não evitamos que a nossa visão se turve com as lágrimas que pretendem saltar cá para fora, mas que uma vez mais, por orgulho, reprimimos...
Temos vontade de tudo mudar... De não reprimir os sentimentos... De dizermos áquela pesssoa o quão importante para nós é o seu sorriso sincero e que o mais importante é a concretização dos nossos sonhos...
Mas rápidamente sentimos o espartilho da sociedade. Os padrões dos quais não nos podemos afastar, com risco de sermos considerados anormais ou até malucos. E vencem os "preconceitos" que os nossos antepassados criaram e que nos foram transmitidos de geração em geração...
O nosso comportamento volta ao princípio. Mantemos a imagem exterior fria e distante. Engolimos os sentimentos, por muito que nos custe. Refugiamo-nos no sonho e vivemos só na nossa mente... Sim, porque aí, os riscos que corremos ficam só connosco e ninguém nos limita ou critica. Aí somos donos e senhores de um mundo, que para nós, é verdadeiramente livre e perfeito... O mundo do sonho, onde tudo é possível !
Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida
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