segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Sonho ou pesadelo...

Durante o sono, sonhei, mas terá sido sonho ou pesadelo? Durante as horas de repouso, através da minha mente algo me foi revelado. Não vou ousar interpretá-lo, mas desafio-vos a meditarem e procurarem a resposta nos vossos corações, porque um dia me disseram que as interpretações corretas eram as que eu mesmo descobria, quando conseguia meditar e focar-me no Deus que se fez Homem e habitou entre nós.

As nuvens dissiparam-se na minha frente e vi uma igreja. Não me recordo do edifício ou da porta, mas sabia que era local de culto. De repente encontrei-me no seu interior. Não vou descrever pormenores da igreja, porque entendo que pode ser qualquer uma. As mensagens Divinas são transversais a todos aqueles que creem independentemente de estarem mais perto ou mais longe da Verdade que Ele nos revelou, mais perto ou mais longe d’Ele, porque só Ele é o “Caminho, a Verdade e a Vida”.

No templo de adoração os convidados para a ceia acotovelavam-se uns aos outros na ansiedade de serem os primeiros a ser servidos. Esqueciam que o Primeiro foi o que serviu e não o que foi servido. Cânticos e orações ecoavam nas paredes, mas não conseguiam abafar totalmente alguns murmúrios.

Vi ao fundo a mesa posta, mas o meu olfato não captava qualquer odor a pão ou a alimentos. No entanto a imagem era convidativa. Na mesa, os alimentos resplandeciam e uma réstia de sol que entrava pelas janelas expunha o rosado do vinho.

Comecei a caminhar pelo corredor central, em direção ao púlpito que se encontrava ao lado da mesa, mas quanto mais passos dava mais longo era o caminho. Não estava num tapete rolante em sentido contrário, mas quando olhei para os meus pés vi que estava descalço e não saía do sítio. Naquele momento senti um certo embaraço e procurei ver se alguém me observava, mas dentro de mim uma voz me questionou porque é que estava preocupado com o mundo?

Eu sei que queria chegar à mesa, que já estava rodeada por muitos, mas não conseguia vencer a distância. Dei comigo a mastigar aquilo que via ao longe, aqueles alimentos brilhantes e bonitos à visão humana e algo me voltava a questionar, se era mesmo aquilo que queria? Não tem odor, não tem sal. Então percebi que a comida, cujo odor não chegava a mim, também estava insossa.

Parei de caminhar e fechei os olhos. Quando os abri, vi que junto a mim tinha uma outra mesa. Vários ingredientes dos quais logo se destacava o saleiro e a farinha. Então senti vontade de cozinhar o meu próprio pão. Meti, por assim dizer, as mãos à massa. Não demorou muito que se espalhasse pela sala o aroma a pão fresco. 

Alguns dos convidados abandonaram a mesa à distância e vieram até à minha. Outros continuaram lá a acotovelarem-se e a ingerirem grandes quantidades do que havia. Reparei então que uma garrafa grande, maior do que é habitual, de vinho tinto que estava já aberta à minha direita e senti vontade de verter o néctar num copo e antes de o partilhar com os que me rodeavam, pegar nele e dar graças ao Criador. Obrigado Jesus pelo sangue que derramaste na cruz! 

Senti que Aquele em quem eu creio, ao ver o meu espanto e a minha dificuldade em decifrar o momento, sorria para mim…

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

Bíblia Sagrada, Livro de Atos dos Apóstolos 2:17 "E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, Os vossos jovens terão visões, E os vossos velhos sonharão sonhos;"

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