Eu sou Radioamador. Um amante das comunicações via rádio, das experiências de emissão e receção de ondas eletromagnéticas moduladas e da eletrónica básica. Não percebo muito, sou um amador.
Há já alguns anos li algo que me marcou e me fez pensar: «A arca que resistiu ao dilúvio foi construída por Noé, que profissionalmente não era carpinteiro, sendo por isso um amador daquele tipo de construção. Por sua vez o Titanic, que afundou na sua primeira viagem, foi construído por profissionais altamente especializados.»
Hoje medito sobre o aparecimento das religiões e sobre a forma que as mesmas foram tomando ao longo dos anos. No Cristianismo, a religião com mais praticantes entre nós, vemos cada vez mais profissionais. Padres, Pastores, Servos e outros que especializam-se em Institutos e Universidades criadas para ensinar a ministrar sobre esta religião.
A consequência ou o que resulta dessa especialização pode ser visto no império do Vaticano, com instituições bancárias próprias, bispos cardeais a viveram em luxosos apartamentos e com limusines à porta. O império de pastores, no mundo inteiro, onde os seus bens se avaliam em milhões de dólares e Ferraris e outras máquinas de exorbitante valor nas suas garagens.
E quando eu decidi pregar a Epístola ou Carta de São Tiago, fui chamado á atenção com a frase «Não podemos ser miserabilistas.» A única coisa que no momento me ocorreu é que não era a mim que chamavam miserabilista, mas a Jesus que pregou e levou uma vida muito diferente da dos líderes religiosos desse tempo e ainda mais diferente da vida dos atuais. Jesus que incentivou os seus seguidores a desprenderem-se dos bens materiais para o seguir. Jesus, que é usado por padres e pastores para induzirem pessoas menos avisadas a alimentar o «polvo» que eles mesmo criaram.
Então, não me restou alternativa a seguir só no meu Cristianismo. Porque como costumo dizer sou um Fundamentalista (no bom sentido da palavra).
Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida
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