Quando em 2002 me mudei para a casa onde habito atualmente, o meu falecido pai insistiu em que deveria comprar um gerador; «era um valor acrescentado para uma emergência». E após alguma insistência, em 2003 comprei o gerador que podem ver na imagem.
Passaram 22 anos sem que eu precisasse do gerador. Trabalhou, que me lembre, 2 vezes, mas só para teste.
Há dias fui meter gasolina com o meu filho e decidi levar um pequeno recipiente de 5 litros para adquirir combustível, para fazer mais um teste ao gerador.
Hoje, após o apagão e ouvir dizer que a REN não confirmava a hora de restabelecimento de energia, podendo acontecer somente nas primeiras horas de amanhã, decidi tirar o gerador da garagem.
Ao final da tarde, a minha mulher e eu retiramos os alimentos da arca e do frigorifico para cozinharmos a gás (a nossa placa é a gás) o nosso jantar. E decidimos que mais tarde ligaríamos o gerador durante uma ou duas horas, para que arca e frigorífico repusessem o frio e aguentassem até de manhã.
Por volta das 20h15, quando coloquei o gerador em marcha estava lento e só gerava 170V. Lá descobri como acelerá-lo e afiná-lo e chegou aos 230V. Mas cerca de um minuto depois desligou-se. Reparei que não tinha aberto a torneira da gasolina (idêntica aquela das motorizadas). Abri-a e com o motor a trabalhar certinho conferi a voltagem. Com tudo no ponto, coloquei uma extensão e liguei a arca e o frigorifico.
Endireitei as costa e orgulhoso do sucesso do trabalho que tive, sorri para a minha mulher que nesse momento abriu a porta da cozinha que dá para o pátio.
- Já está. Deu trabalho mas temos energia elétrica. - disse eu.
Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida
Sem comentários:
Enviar um comentário