segunda-feira, 16 de junho de 2025

A culpa é do ministro - pedi uma consulta a 15 de maio e só a tive a 23 de outubro

Trago-vos mais um Retalho da minha vida. Há quase um ano, mais concretamente a 09 de julho de 2024 eu escrevi o seguinte:

«Ao fim de 1 mês e meio a aguardar por uma consulta médica no Serviço Nacional de Saúde, anteontem recebi 1 SMS e ontem recebi mais 3 SMS a avisar-me para não faltar à consulta agendada para hoje.
Hoje, azar meu, faltou a médica.
Esqueceram-se de mandar SMS à médica!
Mandaram as SMS todas para mim. Terá sido engano?
A solução que me propuseram foi marcar nova consulta, para a qual, a data disponível mais próxima é daqui a 2 meses e meio

E a 23 de setembro de 2024, depois de na véspera ter recebido novamente 2 SMS a avisar para não faltar à consulta agendada, recebi logo de manhã um telefonema do Centro de Saúde a cancelar, porque a médica havia faltado.

Fiquei um pouco desesperado. Até parece que a médica quando via o meu nome na lista de consultas, faltava.

A melhor data possível para novo agendamento foi 23 de outubro. E finalmente, quase meio ano depois, lá tive a tão esperada «reunião» com a médica, em que trocamos algumas opiniões sobre a minha necessidade de fazer dieta e perder peso.
No final, ela não me pareceu nada assustada ou zangada comigo. Foi muito simpática e prescreveu-me uma dúzia de análises.

Claro que entretanto eu havia recorrido a consulta e tratamento no privado, não comparticipada pelo SNS.

Cheguei à conclusão que o mau funcionamento do SNS não se deve aos profissionais ou à gestão destas situações em que, caso haja cancelamento, a única alternativa é marcar nova consulta para meses depois. Ou seja, a culpa não é dos profissionais que faltam ou dos que fazem estes procedimentos e se estão nas tintas para os doentes... a culpa é do ministro ou da ministra...

E mais, demitam a Ministra ou o Ministro, não vá ela ou ele terem uma ideia para solucionar estes casos e acabarem com o mau funcionamento do SNS.
Afinal, como dizia o outro, o maior problema deste país é a «peste grisalha». E até parece que esse é o problema que a classe política está empenhada em combater. Tudo o resto no nosso país, apesar de mudarem os governos, continua sempre na mesma.


Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

segunda-feira, 28 de abril de 2025

A história do meu gerador

Quando em 2002 me mudei para a casa onde habito atualmente, o meu falecido pai insistiu em que deveria comprar um gerador; «era um valor acrescentado para uma emergência». E após alguma insistência, em 2003 comprei o gerador que podem ver na imagem.


Passaram 22 anos sem que eu precisasse do gerador. Trabalhou, que me lembre, 2 vezes, mas só para teste.

Há dias fui meter gasolina com o meu filho e decidi levar um pequeno recipiente de 5 litros para adquirir combustível, para fazer mais um teste ao gerador.

Hoje, após o apagão e ouvir dizer que a REN não confirmava a hora de restabelecimento de energia, podendo acontecer somente nas primeiras horas de amanhã, decidi tirar o gerador da garagem.

Ao final da tarde, a minha mulher e eu retiramos os alimentos da arca e do frigorifico para cozinharmos a gás (a nossa placa é a gás) o nosso jantar. E decidimos que mais tarde ligaríamos o gerador durante uma ou duas horas, para que arca e frigorífico repusessem o frio e aguentassem até de manhã.

Por volta das 20h15, quando coloquei o gerador em marcha estava lento e só gerava 170V. Lá descobri como acelerá-lo e afiná-lo e chegou aos 230V. Mas cerca de um minuto depois desligou-se. Reparei que não tinha aberto a torneira da gasolina (idêntica aquela das motorizadas). Abri-a e com o motor a trabalhar certinho conferi a voltagem. Com tudo no ponto, coloquei uma extensão e liguei a arca e o frigorifico.

Endireitei as costa e orgulhoso do sucesso do trabalho que tive, sorri para a minha mulher que nesse momento abriu a porta da cozinha que dá para o pátio.

- Já está. Deu trabalho mas temos energia elétrica. - disse eu.

- Então podes desligar que já há eletricidade da rede. - respondeu ela.

Eram 20h25 e o gerador tinha alimentado a arca e o frigorifico durante cerca de 3 minutos ou nem isso... 

Domingos António Cabral

Retalhos da minha vida

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Amadores e Profissionais

Eu sou Radioamador. Um amante das comunicações via rádio, das experiências de emissão e receção de ondas eletromagnéticas moduladas e da eletrónica básica. Não percebo muito, sou um amador. 

Há já alguns anos li algo que me marcou e me fez pensar: «A arca que resistiu ao dilúvio foi construída por Noé, que profissionalmente não era carpinteiro, sendo por isso um amador daquele tipo de construção. Por sua vez o Titanic, que afundou na sua primeira viagem, foi construído por profissionais altamente especializados.»

Hoje medito sobre o aparecimento das religiões e sobre a forma que as mesmas foram tomando ao longo dos anos. No Cristianismo, a religião com mais praticantes entre nós, vemos cada vez mais profissionais. Padres, Pastores, Servos e outros que especializam-se em Institutos e Universidades criadas para ensinar a ministrar sobre esta religião.
A consequência ou o que resulta dessa especialização pode ser visto no império do Vaticano, com instituições bancárias próprias, bispos cardeais a viveram em luxosos apartamentos e com limusines à porta. O império de pastores, no mundo inteiro, onde os seus bens se avaliam em milhões de dólares e Ferraris e outras máquinas de exorbitante valor nas suas garagens.
E quando eu decidi pregar a Epístola ou Carta de São Tiago, fui chamado á atenção com a frase «Não podemos ser miserabilistas.» A única coisa que no momento me ocorreu é que não era a mim que chamavam miserabilista, mas a Jesus que pregou e levou uma vida muito diferente da dos líderes religiosos desse tempo e ainda mais diferente da vida dos atuais. Jesus que incentivou os seus seguidores a desprenderem-se dos bens materiais para o seguir. Jesus, que é  usado por padres e pastores para induzirem pessoas menos avisadas a alimentar o «polvo» que eles mesmo criaram.
Então, não me restou alternativa a seguir só no meu Cristianismo. Porque como costumo dizer sou um Fundamentalista (no bom sentido da palavra).


Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida