domingo, 8 de fevereiro de 2009

A crise... e os políticos

A crise é uma palavra que passou a fazer parte do vocabulário diário da comunicação social nos últimos tempos. Nos cafés é tema de conversa. Nos empregos é um fantasma que diáriamente nos assombra e que em muitos casos já invadiu a realidade.

Mas a questão principal é, não seria isto previsivel? Sim, de facto, quando há cerca de dois anos, em 2007, numa reunião de gestão eu dizia que a Europa caminhava para uma recessão, colegas meus acharam os meus comentários despropositados e irrealistas, afirmando que a Europa se encontrava até muito bem. Quando eu alertei que era preciso justiça social, fui apelidado (indirectamente, porque algumas pessoas não têm coragem de o fazer olhos nos olhos) de comunista (o que não me preocupou minimamente).

Agora é a minha vez de perguntar quem é que afinal estava certo? Quem tinha razão?

De facto a Europa está mal, está em crise e a base desta crise é a má gestão dos políticos que a têm "desindustrialisado", que têm facilitado, sem controlo, a importação de todo o tipo de produtos, mesmo quando os mesmos não cumprem com as regras de segurança e com a legislação Europeia. O mais importante são os acordos políticos entre governos e as avultadas vantagens que governantes de ambos os lados usufruem... Ou pensam que é por mero acaso ou pelas grandes qualidades de gestão, que alguns políticos ocupam grandes cargos em comissões europeias ou comités de refugiados, pagos a preço de ouro, com modormias inimagináveis pelo comum dos mortais? Certamente não é pelas capacidades de gestão, porque o curriculum dos ditos dirigentes "internacionais" fala por eles...
Existem ainda os vampiros do nosso século, as empresas da especulação... Quase sempre unidades bancárias que, através de publicidade enganosa, vão sugando as poupanças dos pequenos investidores e que fazem investimentos sem rasto, que mais não passam de formas de desviar o capital... Depois vêm as falências e o governo a socorrer e a cobrir os prejuizos... Porquê? Porque essas empresas/bancos são geridos pelos políticos que não estão no estado e os actuais governantes têm que manter os empregos e as fontes de rendimento para quando eles sairem do estado... Sim porque isto é um círculo... Uns dominam o governo e outros as empresas públicas e os bancos... Quando as eleições ditam uma mudança, tudo se mantem, os políticos só alternam as suas posições... É quase como uma casa de "alterne" (ou será de "alternancia"?)... Ora agora "alterno eu" ora agora "alternas tu"!

Enfim, por hoje chega. Continuamos noutro dia. De qualquer das formas, se quisermos inverter este cenário, termos que ser radicais na nossa forma de votar, senão não nos podemos queixar, temos o que pedimos... Não será?
... E já agora podem continuar a chamar-me comunista que eu não me importo, até porque, acredito que na sua essência, eu sou mais comunista do que alguns políticos que militam ao abrigo desse nome...

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida