quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Natal = celebração do nascimento de Jesus?

A data de 25 de Dezembro foi escolhida para celebrar o nascimento de Jesus, a fim de cristianizar uma festa pagã que se celebrava nesse dia: o "Natalis Invicti Solis" (Aniversário Natalício do Invencível Sol) e várias outras festividades pagãs que se celebravam no solstício de Inverno.

Em 274, Aureliano mandou proclamar o Deus-Sol como o principal padroeiro do Império. Esta celebração dos adoradores do Sol tinha muita força no Império Romano, até que começou a ser ameaçada pelo crescente do Cristianismo.

A celebração do Natal aparece pela primeira vez no calendário de Philocalus, no ano de 354, altura em que o então imperador romano se converte ao Cristianismo e funda a Igreja Romana (mais tarde Católica Apostólica Romana), tendo sempre presente a necessidade de agradar a Cristãos e adoradores do Sol e procurando conciliar ou conjugar as celebrações de ambas (as suas antiga e nova religiões).

Se lermos o evangelho de Lucas 2:8-11 vemos a descrição de pastores nos campos, de noite, quando os anjos anunciaram o nascimento de Jesus. Ora, se durante o Inverno os rebanhos tinham que ficar nos abrigos devido às condições atmosféricas, não é nada provavel que Jesus tenha nascido a 25 de Dezembro.

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

sábado, 15 de dezembro de 2007

Estrela de Natal... Estrela do bem ou estrela do mal?

A estrela de natal é um dos símbolos mais usados nesta época festiva. Ela aparece no topo da árvore de natal e é aliada à história dos reis magos que vieram do Oriente para adorar o menino Jesus.

Será que esta estrela é uma estrela de bem ou uma estrela de mal? Qual terá sido a sua função na história dos magos?

Os magos, por vezes chamados reis, eram astrólogos. Sobre este pormenor parece haver consenso. Nas suas visões sobre o futuro, eles previram a chegada do Rei dos Judeus; o messias ou salvador da humanidade e quiseram prestar-lhe homenagem. Previram também o aparecimento de uma estrela que identificaria a chegada desse Rei e foi essa estrela que eles seguiram. Então a estrela surgiu para identificar o nascimento de Jesus. E quanto a isto também há consenso. Mas qual o propósito dessa estrela?

De facto ela não conduziu os magos só a Jesus. Em primeiro lugar ela conduziu-os a Herodes, tendo os magos transmitido a este, que a criança que havia nascido iria ser um Rei seguido por multidões. Instalou-se no íntimo de Herodes o medo de perder o poder, a ponto de ter pedido aos magos que se encontrassem esse Rei voltassem para o avisar... Só depois deste episódio marcante é que a estrela os conduziu finalmente a casa de Jesus.


Depois da visita, os magos receberam um aviso divino em sonhos para não regressarem pelo mesmo caminho e não avisarem Herodes. Também José foi avisado em sonhos, pelos anjos, para fugir com o menino para terras do Egipto, pois algo de muito trágico iria acontecer na Judeia. Herodes não tendo recebido notícias de volta, dos magos, mandou matar todas as crianças com 2 anos ou menos de idade. Sim, porque na altura da visita dos magos, Jesus já não era um recém-nascido e vivia numa casa com os seus pais. Jesus seria então uma criança com idade até cerca de 2 anos.

Voltando ao principal propósito da estrela, foi de facto avisar Herodes e tentar que este conseguisse aniquilar o salvador nos primeiros anos de vida. Mas Deus, "trocou-lhe as voltas".

É esta a verdadeira história da estrela de natal, que também pode ser vista como um ícone dos adoradores do Deus Sol, religião que predominava em Roma antes da chegada do Cristianismo.

Vale a pena ler o capítulo 2 do Evangelho de Mateus que relata estes eventos e vão ver que esta interpretação é de facto a mais coerente.

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

domingo, 25 de novembro de 2007

Do cimo do monte

Do cimo de um pequeno monte, numa tarde de outono, com o sol a brilhar e com uma brisa bem fresca que nos obrigava a apertar os kispos até ao pescoço, deliciamo-nos com as belas imagens que só a natureza consegue proporcionar.

Não há palavras capazes de descrever o que num momento de fascinação sentimos. A emoção de estarmos um poucochinho mais perto do céu e conseguirmos abranger com a nossa vista uma imensidão de quilometros de campos, casas, árvores, estradas... eu sei lá que mais, rodeados por serras a toda à volta!

A luz do sol de outono emprestava um brilho dourado especial e as nuvens de "algodão branco" completavam aquele quadro que nos impressionava e que nos fez parar por momentos para agradecer uma vez mais ao Criador tudo aquilo que colocou à nossa volta.


Aconteceu ontem, durante a nossa visita ao monte da Senhora do Castelo, em Mangualde.

Um lugar cuja existência já remonta ao século XIX.

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Simplicidade

Hoje é dia da simplicidade. É dia de meditarmos nas coisas simples da vida.

Como é bom bebermos um copo de água fresca quando temos sede.
Chegarmo-nos a uma fogueira quando temos frio.
Vermos o sorriso das nossas crianças quando chegamos a casa cansados.
Despertarmos com o sol a entrar pela janela e os passarinhos a chilrearem lá fora quando temos um dia complicado pela frente.
Olharmos para o firmamento e vermos as estrelas a cintilarem quando somos assaltados por dúvidas ou desalentos.

Deus deu aos seres humanos o livre arbítrio, por isso só depende de nós criarmos um mundo de coisas simples e belas que nos realizem ou criarmos um mundo de guerras e disputas, de medos e escuridão, que nos façam viver em sobressalto...

Que a beleza das flores toque a nossa sensibiliade e a luz de Deus nunca nos falte.










Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Combatendo o stress!

Hoje de manhã comecei a aprender técnicas de combate ao stress e ansiedade. Até foi engraçado. Gostei de tudo menos da parte da "auto-sugestão" para relaxar. Eu não tinha dormido bem a noite passada e por momentos o relaxamento trouxe-me foi uma grande carga de sono.

Para a parte de tarde tinha planeado algo também tranquilo. Precisava de comprar umas coisas e depois ia aproveitar para ir até à rádio. De facto, os meus planos saíram furados. O telemóvel não parou de tocar; quando cheguei a casa acabei por ter que ir ver o e-mail e atender mais meia dúzia de telefonemas. E quando há minutos enviei o último e-mail sentia-me num dos dias mais "stressados" dos últimos tempos.

Não vou desistir do meu programa de técnicas de combate ao stress, mas há dias (ou tardes) como hoje, que parece-me que não há técnicas que nos valham...

Amanhã é sábado; por isso hoje não preciso de me preocupar com horários; vou jantar e sentar-me confortavelmente junto à lareira, com os meus rádios, a falar com os amigos que aparecerem na frequência e ver televisão como o mais comum dos mortais, até que o sono me obrigue a deitar... Este sim, ainda vai sendo o tratamento que, comigo, vai dando resultado.
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Vá lá; um abraço amigo e bom fim de semana !







Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Chamem-me cão...

Quando se fala em animais pensamos em seres não humanos ou então, se pensamos em seres humanos, pensamos em seres humanos com comportamentos pouco humanos.

De facto hoje estou com um dilema, não sei que chamar aos meus dois cães, ou melhor à minha cadela e ao meu cão... Como se costuma dizer, só lhes falta falar e se falassem, certamente dir-me-iam para lhes chamar tudo menos "seres humanos". Vocês perguntam-se porquê?

Os cães são animais que ficam amigos incondicionais de quem lhes faz bem.
Se hoje lhes damos um pedaço de pão, eles não esquecem e amanhã não nos mordem a mão.
Sabem exprimir a sua alegria, quando nos veem chegar, de uma forma sincera e efusiva.
Ficam tristes se nos veem doentes ou apreensivos.
Não abandonam os seus donos com a facilidade com que estes, por vezes, os abandonam a eles.

Se calhar estaria aqui a noite inteira a escrever atitudes que os seres humanos têm para com os seus semelhantes, por vezes para com os seus amigos e frequentemente para com os animais que supostamente deviam ser de estimação e que os cães não têm para com ninguém.

Por tudo isso se um dia me quiserem chamar um nome amigavel, podem chamar-me cão que eu fico contente. Não me comparem é com certas pessoas, que isso sim ofender-me-ia e muito.

Já agora, leiam "Cão como nós" de Manuel Alegre e de certo entenderão melhor estas minhas palavras.

Para já aqui ficam também as fotos dos meus amigos Lala (em cima) e Snoopy (ao lado; o gadelhas como lhe chamamos a brincar e ele não se zanga), dois animais abandonados à porta de nossa casa e que agora fazem parte da família.

As fotos desta menxagem foram tiradas pelo Tiago.

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Como é bom ser criança!

Há alturas da nossa vida em que parece que os dias passam mais depressa...

Esta última semana foi uma dessas semanas em que a ocupação e o cansaço me privaram daqueles pequenos prazeres que tanto me ajudam a enfrentar o mundo. Passei uma semana inteira sem comunicações via rádio, sem o "e-qso" via net e sem vir aqui ao meu blog publicar uma das minhas ideias ou simplesmente desabafar.

No entanto, no fim de semana parei para recarregar as baterias, como se costuma dizer. Dediquei quase todo o tempo à família. Respondi a montes de questões do meu filho que iniciou agora a contagem decrescente para o Natal e começa a ficar sériamente preocupado com o que deve pedir ao Pai Natal... Pois o velhinho tem que ser informado com alguma antecedência sobre o que os meninos querem, para depois poder fazer as compras atempadamente.

O meu filho tem 10 anos e eu pus-me a pensar qual tinha sido a minha prenda de Natal com essa idade... Com 9 anos recebi um terço, para usar no ano seguinte na minha comunhão solene. Com 10 anos recebi uma pasta para a escola, pois tinha acabado de entrar no Ciclo Preparatório. Agora, a dúvida do meu filho, que já não liga muito a brinquedos e tem várias mochilas, sacos de desporto e pastas, é se vai pedir algo informático ou um Nokia 5300; isto porque eu lhe disse que a Playstation3 custa à volta de 600 Euros e o Pai Natal não pode fazer despesas tão grandes porque tem muitos meninos pelo mundo fora, a quem dar prendas...

Como eu agora gostava de ser criança outra vez!

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

domingo, 30 de setembro de 2007

Bom e mau carácter...

Hoje o meu filho perguntou-me o que era o carácter.

Comecei por lhe explicar a definição dos dicionários.

Carácter é um conjunto de traços particulares que definem o comportamento constante de um ser humano. É um conjunto de qualidades, boas ou más, de uma pessoa que lhe determinam a conduta e a concepção moral.

Depois expliquei-lhe que há pessoas com bom e outras com mau carácter. Isso não tem nada a ver com as suas qualificações académicas. Tem mais a ver com a sua educação e com o facto de se regerem ou não por princípios moralmente correctos.

Expliquei-lhe ainda que por vezes as frustrações que as pessoas vivem, profissionais ou pessoais, fazem-nas agir com mau carácter. Invejam os outros e por vezes nem são os bens materiais que são invejados, são as capacidades intelectuais e a forma coerente e com princípios como os outros caminham na vida.

O meu filho sorriu e disse: "Agora entendo porque tantas vezes dizes que fazes questão de te manter fiel aos teus princípios morais".

Fiquei feliz com a compreensão dele e para já não aprofundei o caso, até porque aos poucos ele entenderá que pela vida fora serão bastantes os maus caracteres que nos aparecem pela frente, mas que com a ajuda de Deus nós sempre vencemos.




Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O descanso do guerreiro

É bom estar de volta aos meus pensamentos depois de um dia agitado, a correr de um lado para o outro como se o mundo fosse acabar hoje. Trabalho, trabalho e mais trabalho.
Quando me sentei, confesso que não sabia ainda sobre o que ia escrever.

Vai daí...

Respirei fundo... Agradeci a Deus e à natureza o oxigénio, para já não muito poluido, que encheu os meus pulmões. Olhei à volta e vi a penumbra a cair no final de um dia de Outono. Admirei as nuvens, as árvores que de minha casa ainda se veem, os prédios ao longe com tantas janelinhas a cintilarem... Agradeci também a possibilidade que tenho de viver num país que não é constantemente bombardeado, que não tem ruinas da guerra e corpos dilacerados espalhados nas ruas.

Revi na minha memória algumas viagens que dei pelo interior, onde paisagens maravilhosas teimam em sobreviver a tapetes de alcatrão e construções modernas. Lembrei-me do meu amigo Eça e da forma como ele descreveu a rendiçao de Jacinto às paisagens do Douro. Tive vontade de viver nessa época em que o comboio era a carvão e em Tormes, à noite, a luz era de velas.
Depois lembrei-me da minha juventude e de em terras beirãs ter passado algumas horas, de noites de Verão, deitado a apreciar as estrelas. Como era engraçado... Mas hoje tenho saudades dessa beleza do firmamento e hoje que tenho maturidade para a apreciar melhor, os candeeiros da minha cidade teimam em me boicotar esse prazer.

Mas fecho os olhos e não deixo que a minha imaginação seja travada. Os problemas do dia a dia ficam pequeninos, arrumados a um canto. A minha alma enche-se de força e de coragem. Caminho descalço sentindo o fresco da relva nos pés e a brisa na face. Sinto-me parte da natureza... Sou sem dúvida uma criatura de Deus. A única com livre arbítrio. A única que intelectualmente nenhuma ditadura, política ou de stress, consegue subjugar.

Obrigado meu Deus pela força que me dás...

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

domingo, 16 de setembro de 2007

Domingo ou dia do deus sol...

Os nomes dos dias da semana reflectem, em algumas línguas os nomes dos deuses que antigamente eram adorados pelos povos. É perfeitamente possível ainda ver essa ligação. Já pensou que "Sunday" é precisamente o dia do Sol? É verdade. E segunda-feira? Segunda-feira é o dia da Lua: "Monday" em Inglês ou "Lunes" em Espanhol, etc. etc..

O dia do deus Sol era também o dia principal da semana. Era o dia do descanso, porque sendo o deus Sol considerado o deus maior, obrigava a tradição que tudo parasse e nesse dia só se prestasse homenagem ao deus maior.

Na sequência da chegada do Cristianismo a Roma, o "sabat", que era o sétimo dia celebrado pelos judeus e adoptado também pelos cristãos, foi substituido pelo dia do deus Sol e todas as celebrações Cristãs do sábado passaram assim a ter lugar ao domingo, dia que os romanos por tradição já dedicavam a um deus (o Sol), numa fusão que embora não admitida, foi estratégica para que os imperadores romanos controlassem os crentes das duas religiões.

Um dia destes aprofundaremos este tema...

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

sábado, 15 de setembro de 2007

Primeira menxagem


Olá...
Hoje acordei bem disposto. Levantei-me cedo e fui dar uma volta por aí. Este final de Verão está mesmo porreiro. Temperaturas agradáveis, sol e calor durante o dia... Enfim, chove no Sul mas por cá o tempo está mesmo convidativo a passear.
Fui até à Ria e adorei ouvir as gaivotas logo pela manhã... Elas não precisam de se preocupar com as taxas da Euribor, com o patrão, com o custo de vida ou com o governo. Se as chatearem, sobem mais um pouco, fazem uns ziguezagues e voam para longe. Se estiverem mesmo zangadas podem sempre fazer um voo picado e bombardear os que as aborrecem, antes de subirem e escaparem para longe das vistas dos intrusos.
Ah! Se eu fosse gaivota... Por momentos, à beira Ria, mergulhei no sonho e dei asas à minha imaginação. Se calhar um dia destes perco a vergonha e conto-vos por onde andei.
Para já, fiz uma aterragem suave, coloquei os pés em terra firme e voltei ao meu dia a dia.
Amanhã é domingo e prometo voltar cá com mais meditaxões...

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida