terça-feira, 10 de outubro de 2023

As minhas fotografias

Uma das coisas que menciono no meu perfil é que gosto de fotografar. 

Não sou um especialista. Não viajo o suficiente para vos trazer aqui imagens de lugares que vocês não conhecem. Mas vivo com uma artista que gosta de pintar e de jardinar. Em qualquer destes passatempos é necessário colocar carinho e amor. Essa tem sido a base para muitos das minhas captações. Sem filtros, sem efeitos, mas sonhando e tentando reter nas fotografias aquilo que os meus olhos veem e amam.

Deixo aqui algumas das fotos mais recentes. O mérito partilho-o com a jardineira, Isa ou Zelinda Isabel, como preferirem.











Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida
autor de «O Olhar Da Vidente»
coautor de «Mudar Para Vencer!»


quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Nunca reveles os teus sonhos... antes de os concretizares.

«Nunca reveles os teus sonhos.» 

Já tinha ouvido este conselho, se assim o podemos chamar, mais do que uma vez. O que me foi transmitido é que as pessoas podiam invejar-me e impedir o sonho de se materializar. Mas como eu valorizo pouco essas coisas do mau olhado, não prestei grande atenção.

Foi então que um dia me propuseram para uma tarefa que prontamente aceitei e passado pouco tempo, confessei mesmo a quem me convidara que era algo que me dava imensa satisfação fazer.

Desde esse dia, as dificuldades para executar as minhas funções, não só essa, mas essa também, aumentaram significativamente. Pedi ajuda diversas vezes e apesar de todos me dizerem que sim, ninguém me ajudava. Fiquei um pouco confuso sobre quais os objetivos de uma equipa que isola um dos elementos e, usando uma expressão do futebol, «não lhe passava bola».

Não demorei muito a perceber que não era bem vindo, não só na equipa, mas no clube em geral. Nos adeptos havia uma divisão entre os que me apoiavam e os que eram contra. Mas o golpe veio da própria equipa que tudo aproveitava para me culpar, embora nunca ninguém tivesse sido capaz de me apontar uma só falha. Para cúmulo, o treinador embarcou e publicamente desvalorizou todo o meu trabalho e foi mesmo mais longe quando me avaliou, sem sequer se ter informado a meu respeito.

Seguindo o meu bom senso, afastei-me. E depois de refletir um pouco, percebi que tudo havia sido meticulosamente planeado. Nada havia acontecido por acaso. Desde o dia em que aceitei o convite, eu havia entrado na «ratoeira». A minha boa fé havia-me traído. Tudo o que já me haviam acusado, injustamente, ficou claro para mim nesse momento. Ficou também claro o porquê de já em tempos passado ter sido confrontado com posições inquisidoras a meu respeito.

Hoje sigo só com o meu Deus e a minha família. Mais importante do que funções e clubes é a minha integridade perante o meu Senhor e a união da minha família. E sejam os clubes de futebol, de política ou de religião, nunca passarão de meras organizações de homens.

Nota do autor: Não foi num clube de futebol. Mas foi num «clube» que anos antes já havia rejeitado o meu filho e eu, confesso, nessa altura hesitei entre valorizar a análise dele sobre a má fé do que lhe fizeram ou se teria sido somente um mal entendido. Mas há «clubes» ou «sociedades», que cultuam homens e que são fechados a novos membros, embora preguem o contrário. 

Domingos António Cabral

Retalhos da minha vida

autor de «O Olhar Da Vidente»

coautor de «Mudar Para Vencer!»

terça-feira, 5 de setembro de 2023

Cruzei-me com um mendigo

Eram oito e meia da manhã e saí para fazer uma caminhada por algumas ruas pouco movimentadas da pequena cidade onde moro. É quase um ritual diário, cuja exceção é o domingo e foi recomendado pela médica de família. Ao contrário de outros dias, cruzei-me com um pobre que estendeu a mão na minha direção. Não sei se é sem abrigo ou somente um humano a lutar pela sobrevivência neste mundo em que tantos não têm sequer o suficiente para se alimentarem.

Meti a mão ao bolso do fato de treino e encontrei duas moedas, que nem sabia que ali as tinha, pois não é meu costume levar dinheiro nas caminhadas matinais. Coloquei-as na sua mão dizendo que era tudo o que, naquele momento, tinha comigo. O homem ao agradecer sorriu para mim e percebi um brilho especial no seu olhar. Quando eu já desandava ouvi-o dizer: «Deus te abençoe!»

Já não fui capaz de olhar para trás. Fiquei simultaneamente comovido pela sua expressão, mas ao mesmo tempo revoltado pela necessidade de alguém ter de estender a mão para matar a fome. Senti uma dor no peito e sem explicação acelerei o passo. A imagem do pedinte, o seu sorriso e o seu olhar não saíam da minha mente. A recordação daquela frase final emocionava-me. Ele retribuíra aquilo que eu lhe dei com algo muito mais valioso, algo inestimável.

Dei por mim a entrar em casa sem me lembrar do percurso que fizera após aquele encontro. Foi então que sentado no sofá da sala e comovido, eu senti que me tinha cruzado com um representante de Deus na Terra. Porque segundo o que vi e ouvi nas igrejas Cristãs (Católica, Evangélica e outras) os representantes ou ministros de Deus na Terra são: o papa, cardeais, bispos, padres, pastores, servos e demais membros, mas as Escrituras Sagradas dizem-nos que é o Lázaro, o mendigo que se alimenta das migalhas que caem da mesa do rico, que vai para o céu e Jesus diz que quando fizeres bem ao pobre, ao necessitado, é a Ele que estás a fazer bem.

Então questionei-me o porquê de no Cristianismo os crentes terem tanta reverência com os líderes das igrejas? Não são eles líderes deste mundo? Até porque o apóstolo Paulo diz que o único mediador entre Deus e os homens é Jesus, o Cristo.

Hoje, se dúvidas tinha, foram esclarecidas.

(Lucas 16:19.22 - Mateus 25:35.40)

Domingos António Cabral

Retalhos da minha vida

autor de «O Olhar Da Vidente»

coautor de «Mudar Para Vencer!»