domingo, 30 de setembro de 2007

Bom e mau carácter...

Hoje o meu filho perguntou-me o que era o carácter.

Comecei por lhe explicar a definição dos dicionários.

Carácter é um conjunto de traços particulares que definem o comportamento constante de um ser humano. É um conjunto de qualidades, boas ou más, de uma pessoa que lhe determinam a conduta e a concepção moral.

Depois expliquei-lhe que há pessoas com bom e outras com mau carácter. Isso não tem nada a ver com as suas qualificações académicas. Tem mais a ver com a sua educação e com o facto de se regerem ou não por princípios moralmente correctos.

Expliquei-lhe ainda que por vezes as frustrações que as pessoas vivem, profissionais ou pessoais, fazem-nas agir com mau carácter. Invejam os outros e por vezes nem são os bens materiais que são invejados, são as capacidades intelectuais e a forma coerente e com princípios como os outros caminham na vida.

O meu filho sorriu e disse: "Agora entendo porque tantas vezes dizes que fazes questão de te manter fiel aos teus princípios morais".

Fiquei feliz com a compreensão dele e para já não aprofundei o caso, até porque aos poucos ele entenderá que pela vida fora serão bastantes os maus caracteres que nos aparecem pela frente, mas que com a ajuda de Deus nós sempre vencemos.




Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O descanso do guerreiro

É bom estar de volta aos meus pensamentos depois de um dia agitado, a correr de um lado para o outro como se o mundo fosse acabar hoje. Trabalho, trabalho e mais trabalho.
Quando me sentei, confesso que não sabia ainda sobre o que ia escrever.

Vai daí...

Respirei fundo... Agradeci a Deus e à natureza o oxigénio, para já não muito poluido, que encheu os meus pulmões. Olhei à volta e vi a penumbra a cair no final de um dia de Outono. Admirei as nuvens, as árvores que de minha casa ainda se veem, os prédios ao longe com tantas janelinhas a cintilarem... Agradeci também a possibilidade que tenho de viver num país que não é constantemente bombardeado, que não tem ruinas da guerra e corpos dilacerados espalhados nas ruas.

Revi na minha memória algumas viagens que dei pelo interior, onde paisagens maravilhosas teimam em sobreviver a tapetes de alcatrão e construções modernas. Lembrei-me do meu amigo Eça e da forma como ele descreveu a rendiçao de Jacinto às paisagens do Douro. Tive vontade de viver nessa época em que o comboio era a carvão e em Tormes, à noite, a luz era de velas.
Depois lembrei-me da minha juventude e de em terras beirãs ter passado algumas horas, de noites de Verão, deitado a apreciar as estrelas. Como era engraçado... Mas hoje tenho saudades dessa beleza do firmamento e hoje que tenho maturidade para a apreciar melhor, os candeeiros da minha cidade teimam em me boicotar esse prazer.

Mas fecho os olhos e não deixo que a minha imaginação seja travada. Os problemas do dia a dia ficam pequeninos, arrumados a um canto. A minha alma enche-se de força e de coragem. Caminho descalço sentindo o fresco da relva nos pés e a brisa na face. Sinto-me parte da natureza... Sou sem dúvida uma criatura de Deus. A única com livre arbítrio. A única que intelectualmente nenhuma ditadura, política ou de stress, consegue subjugar.

Obrigado meu Deus pela força que me dás...

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

domingo, 16 de setembro de 2007

Domingo ou dia do deus sol...

Os nomes dos dias da semana reflectem, em algumas línguas os nomes dos deuses que antigamente eram adorados pelos povos. É perfeitamente possível ainda ver essa ligação. Já pensou que "Sunday" é precisamente o dia do Sol? É verdade. E segunda-feira? Segunda-feira é o dia da Lua: "Monday" em Inglês ou "Lunes" em Espanhol, etc. etc..

O dia do deus Sol era também o dia principal da semana. Era o dia do descanso, porque sendo o deus Sol considerado o deus maior, obrigava a tradição que tudo parasse e nesse dia só se prestasse homenagem ao deus maior.

Na sequência da chegada do Cristianismo a Roma, o "sabat", que era o sétimo dia celebrado pelos judeus e adoptado também pelos cristãos, foi substituido pelo dia do deus Sol e todas as celebrações Cristãs do sábado passaram assim a ter lugar ao domingo, dia que os romanos por tradição já dedicavam a um deus (o Sol), numa fusão que embora não admitida, foi estratégica para que os imperadores romanos controlassem os crentes das duas religiões.

Um dia destes aprofundaremos este tema...

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

sábado, 15 de setembro de 2007

Primeira menxagem


Olá...
Hoje acordei bem disposto. Levantei-me cedo e fui dar uma volta por aí. Este final de Verão está mesmo porreiro. Temperaturas agradáveis, sol e calor durante o dia... Enfim, chove no Sul mas por cá o tempo está mesmo convidativo a passear.
Fui até à Ria e adorei ouvir as gaivotas logo pela manhã... Elas não precisam de se preocupar com as taxas da Euribor, com o patrão, com o custo de vida ou com o governo. Se as chatearem, sobem mais um pouco, fazem uns ziguezagues e voam para longe. Se estiverem mesmo zangadas podem sempre fazer um voo picado e bombardear os que as aborrecem, antes de subirem e escaparem para longe das vistas dos intrusos.
Ah! Se eu fosse gaivota... Por momentos, à beira Ria, mergulhei no sonho e dei asas à minha imaginação. Se calhar um dia destes perco a vergonha e conto-vos por onde andei.
Para já, fiz uma aterragem suave, coloquei os pés em terra firme e voltei ao meu dia a dia.
Amanhã é domingo e prometo voltar cá com mais meditaxões...

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida