terça-feira, 23 de outubro de 2007

Chamem-me cão...

Quando se fala em animais pensamos em seres não humanos ou então, se pensamos em seres humanos, pensamos em seres humanos com comportamentos pouco humanos.

De facto hoje estou com um dilema, não sei que chamar aos meus dois cães, ou melhor à minha cadela e ao meu cão... Como se costuma dizer, só lhes falta falar e se falassem, certamente dir-me-iam para lhes chamar tudo menos "seres humanos". Vocês perguntam-se porquê?

Os cães são animais que ficam amigos incondicionais de quem lhes faz bem.
Se hoje lhes damos um pedaço de pão, eles não esquecem e amanhã não nos mordem a mão.
Sabem exprimir a sua alegria, quando nos veem chegar, de uma forma sincera e efusiva.
Ficam tristes se nos veem doentes ou apreensivos.
Não abandonam os seus donos com a facilidade com que estes, por vezes, os abandonam a eles.

Se calhar estaria aqui a noite inteira a escrever atitudes que os seres humanos têm para com os seus semelhantes, por vezes para com os seus amigos e frequentemente para com os animais que supostamente deviam ser de estimação e que os cães não têm para com ninguém.

Por tudo isso se um dia me quiserem chamar um nome amigavel, podem chamar-me cão que eu fico contente. Não me comparem é com certas pessoas, que isso sim ofender-me-ia e muito.

Já agora, leiam "Cão como nós" de Manuel Alegre e de certo entenderão melhor estas minhas palavras.

Para já aqui ficam também as fotos dos meus amigos Lala (em cima) e Snoopy (ao lado; o gadelhas como lhe chamamos a brincar e ele não se zanga), dois animais abandonados à porta de nossa casa e que agora fazem parte da família.

As fotos desta menxagem foram tiradas pelo Tiago.

Domingos António Cabral
Retalhos da minha vida

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